21 de nov. de 2008

Regulamento 2009 - Sistema Kers

A partir de hoje, iremos explicar um pouco mais sobre o novo regulamento da FIA para os carros da F1, no ano que vem.

Hoje vamos falar sobre o Sistema Kers.

O sistema originalmente se denomina Kinetic Energy Recovery System, traduzindo, sistema de recuperação de energia cinética.

Basicamente, isso permitirá aos pilotos usar a energia e o calor armazenados no carro para dar um impulso adicional de até 2 vezes por volta, e será acionada através de um botão, o famoso "push to pass"( aperte para passar).

O meu companheiroHenry, do blog HenryChannel, encontrou esse botão(K), já devidamente instalado no volante do BMW que testou o Kers pela primeira vez em Montmeló, essa semana.


O Kers recupera a energia cinética que se perde em forma de calor nas freagens, que atualmente serve apenas para super-aquecer os freios, acumula e transforma em energia mecânica, o que dará uma potência "gratuita" de uns 80 cv, durante exatos 6,67 segundos. Ou seja, ao invés de desperdiçar essa energia, os pilotos poderão usá-la como vantagem.

Em uma entrevista dada em julho desse ano, o Diretor de Motores da equipe Toyota, Luca Marmorini, falou sobre o Kers e nos deu alguns dados.

Que diferença o sistema Kers supõe em relação a rendimento?
"A FIA definiu o regulamento de uma forma em que não exista uma grande diferença de uma equipe com um magnífico sistema Kers e uma outra com um pior.

Não proporcionará uma diferença enorme no tempo de volta, já que só disporíamos de uma potência adicional de aproximadamente 6,5 segundos por volta, o que se converte, sendo realistas, em mais ou menos 0,1 a 0,3 segundos por volta, sem contar a influência da distribuição de peso".

Sua implantação está prevista, de forma opcional, em 2009, porém se prevê que seja feita de forma progressiva em todas as equipes.

Se em 2009 se espera a implantação do Kers em um dos eixos do veículo com uma potência de 80cv, para 2011 a FIA prevê que possa duplicar essa potência, chegando a 160cv. Para 2013, se espera que o Kers possa ser utilizado em dois eixos do veículo, podendo chegar a proporcionar uma potência adicional de 270cv.

Centrando-nos no dispositivo, as equipes terão 3 opções: sistema mecânico, sistema elétrico ou um sistema híbrido(volante de inércia). A opção mecânica tem a vantagem de ser mais leve, compacto(20-25Kg) e eficiente. Seu único inconveniente é ter que estar obrigatoriamente próximo da transmissão.

Apesar do sistema elétrico ser menos eficiente energéticamente, já que a energia tem que ser transformada em em elétrica e logo depois em mecânica, gerando perdas, sua grande vantagem é justamente poder colocar a bateria no lugar desejado, o que supõe uma vantagem no desenho do carro.

Porém, nem tudo são flores. O Kers apresenta problemas e, como todo novo dispositivo, está em período de "provas". Os carros que testaram o Kers essa semana, usaram adesivos avisando sobre o perigo de uma descarga elétrica, como já ocorreu a uns meses atrás com um mecânico da BMW. Além disso, os mecânicos agora utilizam luvas de borracha.

Na internet exitem vídeos que mostram exatamente o trabalho do Kers - estão em italiano, mas prometo legendar em breve.

Sistema elétrico



Sistema mecânico



E sistema híbrido



Além do mais, muitas equipes estão buscando parcerias para desenvolvê-lo devido a dificuldades encontradas.

Ferrari (e parece que Toro Rosso), Renault e Red Bull estão com a Magneti Marelli. Mclaren(consequentemente, Force India), fechou a pouco uma parceria com aFreescale Semiconductor. Honda, BMW farão seu sistema próprio. Williams está com a AHP.

Das equipe que testaram o Kers até agora, parece que BMW usa o sistema elétrico e Ferrari, o híbrido.


Fonte: Racing Pasión e F1 Latam

10 comentários:

Excelente, excelente expklicação. Tenho que meter isto pelas minhas bandas, faz falta uma coisa destas. Não sabes se as meninas da F1-V8 já fizeram alguma coisa semelhante?

Valeu Priscilla pela referência.

Pri,
Hoje, 1:00 PM São Paulo, acho que é 4:00 PM Barcelona/Madrid, entrevista ao vivo com BRUNO SENNA e LUCAS DI GRASSI na Rádio Jovem Pan. Coloquei mais detalhes em:
http://henrychannel.blogspot.com/2008/11/felipe-motta-entrevista-bruno-senna-e.html

Bjs, Henry

McLaren está com Freescale para desenvolver o KERS.
http://www.autosport.com/news/report.php/id/72085
http://f1around.wordpress.com/2008/11/13/o-que-significa-a-parceria-entre-freescale-e-mclaren-no-desenvolvimento-da-kers/

Speeder,

Acho que as meninas ainda nao fizeram nada nao. Nao que eu yenha visto.

Henry,

Valeu pela dica!

Anônimo(Lima?),

Valeu pela dica. Já consertei o texto.

Bjs a todos

Isso vai ficar bom quando se puder utilizar o calor gerado pelo motor para produzir a energia do KERS...
E já que só se fala em meio ambiente na F1, talvez fosse a hora de inovar de verdade e exigir um combustível ecológico, tipo etanol ou biodiesel...
Poderia inovar mais ainda e exigir carros elétricos com geradores movidos a biocombustíveis...

PS: hidrogênio não é combustível, é veículo de transferência de energia, e pode ser sujo se for gerado a partir de combustíveis fósseis (carvão, gás natural e petréleo), além da elevada perda de energia do processo (se gasta mais energia para produzir e armazenar o hidrogênio do que ele gera ao ser queimado)...

Bela explicação Priscilla.

Eu acho que só com o passar da temporada é que se saberá qual desses tipos é o mais eficiente e menos problematico.

O certo mesmo é o acrescimo de peso que vai ser adicionado ao conjunto.
A partir de agora pilotos magrinhos vão ter preferençia na F1.

Bjs.

PARABÉNS PRISCILLA...ÉM PLENA "ENTRE-SAFRA" DE F1!!! VOÇÊ CONSEGUE BONS TÓPICOS...PARA SER DISCUTIDOS. ABS

Só um adentro no comentário do B'Hengler@RR1, não se usa diretamente o calor, na verdade como o próprio sistema de engrenagens ou mesmo o dínamo do motor eletrico é capaz de oferecer resistência, é possível reduzir o trabalho dos freios e assim reduzir a dissipação de calor pelo contato com a cerâmica.

Porém não existe uma conversão de calor em trabalho, ou melhor existe! São os motores a vapor hehehe!

Não daria para usa-lo em um motor. Só daria se o próprio motor de um F-1 fosse um motor elétrico, pois ele seria a própria bobina do kers, e ofereceria uma resistência de frenagem muito maior, gerando energia para muito mais que 80cavalos por eixo.

Wallacy...
A idéia é realmente utilizar o calor do motor como se fosse um motor a vapor...
Dizem que esse é o motor do futuro, ele passaria a funcionar como um gerador de energia para o motor elético, que seria quem moveria o carro...
O movimento da água mais quente ao radiador e a volta da água mais fria permitem a geração de energia elétrica...
E o grande desafio dos engenheiros para este sistema é a redução de tamanho, custo, etc... Seria fantástico se a F1 se empenhasse nisso...
Nos cálculos a que tive acesso, em um sistema desses instalado em um automóvel normal, este rodaria de 50 à 100 Km/litro de etanol...
Já seria um bom começo...

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