Explicações de Alonso sobre os problema na Malásia

O piloto aclara as dúvidas sobre o problema na embreagem e a quebra do motor

Fernando Alonso aclarou muitas das dúvidas que surgiram após o GP da Malásia, onde rompeu seu motor Ferrari na penúltima volta, quando perseguia a Jenson Button pela 7º posição.

Fernando correu em Sepang com a embreagem danificada desde a volta de aquecimento.


A quebra do motor foi devido ao problema nas marchas?
"Não, não creio que a quebra tenha que ver com o problema no cambio. A transmissão quebrou já na volta de aquecimento e o que aconteceu é que eu não tinha nenhum tipo de freio-motor. esse era meu grande problema nas curvas.Eu freiava, escolhia a marcha para essa curva e acelerava forte pra que a marcha entrasse. Conduzir assim durante 54 voltas é algo quase impossível. Foi a corrida mais difícil da minha vida".

Deve ter sido um inferno...
"Mais que um inferno. O que você tem que fazer é adaptar todo o carro a essa nova situação, colocar todo o freio nas rodas traseiras. Ao não ter freio-motor é como chegar a uma curva e pisar embreagem e freio. esse é o único freio que você tem. Para tentar qualquer ultrapassagem ou algo assim apurar a freiada tendo que reduzir e logo dar uma acelerada porque você passa da linha ótima(adequada). Apenas queria terminar a corrida, não queria chuva nem nada estranho porque, tal como estava o carro seria impossível terminar. Tinha dois pontos mas é melhor abandonar quando está em 9º do que quando está em primeiro. Tao pouco é pra tanto".

Achou que passaria o Button ou foi desespero?
"Sabia que não ia conseguir, mas faltavam duas voltas para o final. Então você tenta, mas é mais um sinal de frustração do que uma tentativa séria".

O problema no cambio te atrapalhou na largada?
"Na largada fui bem, e quando freiei, reduzi as marchas e o carro ficou em ponto morto. Fiquei fora da traçada sem saber o que fazer, e acelerei, e quando vi que a marcha entrava já sabia o que tinha que fazer pro resultado da corrida. Perdi posições por isso".



Foi correta a decisão de parar tão tarde nos boxes?
"No final da corrida sempre é a ocasião perfeita para saber quando deveria ter parado ou não. Com o carro tão mal, se chega a chover quando fiz a parada, quando estava em 4º ou 5º, teria sido uma super estratégia. Sempre é difícil acertar e acho que nem ganhei nem perdi nada com a parada".

Te preocupa que seu companheiro de equipe seja líder?
"Depois de 3 corridas importa pouco quem vai líder ou não. Fiz 3 fins de semana bem completos. Me sinto bem e confiado para, nos próximos GP's, quando as coisas se normalizem e largue entre os 3 ou 4 primeiros, para optar a ganhar. Assim foi em Bahrein, em Melbourne estava em 22º na primeira curva e aqui 21º. Se tenho outro fim de semana normal, como o primeiro, estou convencido de que poderei recuperar a liderança".

Quais são suas sensações após o abandono?
"De cara ao Campeonato estou reforçado. O fato de que em uma corrida com problema tenha lutado de igual para igual com os demais me dá muita confiança. Nunca tinha feito um GP assim, adaptando tanto a forma de conduzir e com tempos razoáveis. Sei que pelo resultado isso se esquecerá das portas para fora, mas das portas para dentro, sabemos que esta foi a melhor corrida da minha vida. Direi isso dentro de uns anos e pensarão que estou louco".

Fonte: Carlos Miquel - AS.com

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